
Há mais ou menos 5 anos eu me propus a montar um programa de formação em Visual Sensemaking para ser oferecido dentro de empresas. De lá pra cá, foram alguns cursos ministrados, algumas palestras dadas sobre o assunto, vários projetos de visualização feitos e inúmeros pedidos de “pelo amor de deus, me ensina a fazer isso!”. É por conta desse último que eu formatei uma versão aberta do programa até hoje feito in-company.
A demanda por um domínio maior do pensamento visual vem de pessoas das mais diversas áreas do conhecimento. Seja um médico, um acadêmico, um designer gráfico, um empreendedor digital ou um gestor cultural, uma coisa é comum:
as pessoas estão angustiadas por não saberem comunicar o que sabem
(em todo seu volume, complexidade e relevância)
para as pessoas do mundo de hoje
(gente com pouco tempo, pouca paciência e pouca memória pra tanta informação).
Se você está no mercado hoje, você provavelmente lida com essa angústia. Você é confrontado com desafios bastante complexos, com excesso de informação e com gente que não tem tempo para ouvir sobre suas ideias – sejam elas o quão inovadoras forem. Você provavelmente sabe muito mais do que consegue comunicar e tem acesso a muito mais informação do que consegue digerir. Sua empresa provavelmente dispões de mais dados sobre seus clientes do que sabe como usar. Acredite – todos estamos padecendo desses males.
Bem vindo ao século XXI.
E uma notícia: não vai melhorar!
Por isso listo aqui 11 motivos pelos quais você precisa se tornar um bom visual sensemaker nos próximos anos, seja você um médico, acadêmico, designer, empreendedor ou gestor. Saber organizar, traduzir visualmente e dar clareza a ideias ambíguas tende a se tornar cada dia mais condição primordial para qualquer pessoa produtiva atuando no mercado.
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Você precisará saber como comunicar de forma clara e concisa suas ideias de novos negócios, novos produtos, serviços e projetos. Quando você visualiza todo o ecossistema da ideia, é possível entender exatamente os problemas que ela vem resolver e enxergar com clareza os pontos que você domina e o que ainda precisa ser desenvolvido.
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É essencial para um profissional em posição de liderança saber como dar o primeiro passo para tornar qualquer ideia realidade. Visualizar a ideia é sempre o primeiro passo da execução.
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Suas apresentações devem ser memoráveis e apontar sempre para o futuro: seja uma orientação para tomada de decisão, uma sugestão de ação ou um insight para uma nova ideia. Pense bem: quantas apresentações você faz hoje que são apenas compilados de dados e constatações do passado?
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Empreendedor: você certamente sabe o que é um pitch e provavelmente já fez um pitch de seu negócio. Mas quantos slides vocês precisou fazer para mostrar seu negócio com riqueza de detalhes? Um empreendedor deve desenvolver seu pitchtambém de forma clara, visual, com uma linguagem universal e em uma única página!
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Se você é um designer no mundo de hoje, é imperativo que você tenha o ferramental necessário para participar de projetos mais complexos, da escala organizacional e social. Esses tipos de desafios demandam interação constante com pessoas de outros saberes e provavelmente será exigido que você funcione como um fio condutor dessa experiência. A capacidade de criar sentido nesse contexto será primordial.
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Se você trabalha em uma empresa, você terá que escalar o conhecimento sobre informações complexas e relevantes – dentro da sua equipe, por toda a empresa, para o mercado ou para outras comunidades externas. A capacidade de tornar essa informação mais visual e clara tornará suas ideias muito mais memoráveis e universais.
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Nos últimos anos, as empresas se tornaram experts em capturar, compilar, filtrar, cruzar dados. Mas as universidades tampouco o mercado formou pessoas para entendê-los ou traduzi-los em histórias que gerem inteligência e que apontem para o futuro. Precisaremos urgentemente de visual sensemakers para criar interfaces com dados/dashboards mais amigáveis e para traduzir dados em decisões de negócio.
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Você precisará cada dia mais transformar dado em informação e informação em conhecimento. Um relatório com gráficos e resultados nada mais é que um álbum de fotos do passado. A história, o contexto e a visão de futuro deverão ser gerados por você.
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Sabe “canvas”? Aqueles geralmente usados para estruturar novas ideias de negócios ou mapear a empatia com um público? Eles são exemplos de modelos visuais interessantes e pré-formatados, apropriados para alguns tipos de desafios, mas pode ser que você precise criar sua própria ferramenta ou template para te guiar na solução de desafios específicos ao seu negócio. O visual sensemaking te prepara para criar esses recursos.
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Suas ideias precisarão engajar e imprimir uma imagem na cabeça de pessoas que provavelmente não tem tempo ou foco. Por mais que elas não se atentem aos detalhes do que você apresentar, elas deverão lembrar da ideia macro – os conceitos chave, as conexões e como o que você apresentar se relaciona com as coisas que elas já sabem. Acredite: aprendizado e conhecimento estão diretamente ligados ao que nos lembramos. É essencial imprimir uma imagem da ideia.
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O excesso de informações geradas no dia a dia – em um projeto, uma pesquisa, um segmento de mercado, por um cliente – tende a crescer exponencialmente a cada ano. É essencial saber técnicas de organizar e visualizar a informação do mundo que tornam as coisas mais gerenciáveis. Senão pode ser uma experiência tão paralisante como tentar tomar toda a água de um hidrante com uma pequena xícara de chá.
